Ministério da Saúde assina 3º contrato para compra de Voxzogo 

Ministério da Saúde assina 3º contrato para compra de Voxzogo 

O Ministério da Saúde assinou, no último dia 18 de agosto, um novo contrato para aquisição de Voxzogo, medicamento utilizado em crianças e adolescentes com acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo. Este é o terceiro contrato firmado com a BioMarin, farmacêutica responsável pela medicação de alto custo. No total são mais de 142,2 mil ampolas nas três dosagens: 0,4 mg, 0,56 mg e 1,2 mg e a primeira remessa deve ser entregue ao MS em até 30 dias. O contrato 228/2025 tem o valor total de R$ 420 milhões. Como a medicação é de alto custo e não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), as famílias recorrem judicialmente para conseguir o Voxzogo. 

Presidente do Instituto Nacional de Nanismo, Juliana Yamin comemorou a notícia e explica que muitas crianças estão em tratamento no Brasil, com resultados incontestáveis. No entanto, o julgamento do Tema 6 pelo STF infelizmente tem colocado em risco — ou até mesmo revogado — o direito de muitos pacientes. “Nosso trabalho é mostrar aos decisores, parlamentares e ao Judiciário os benefícios que o tratamento tem trazido, em um processo contínuo de incidência. Para isso, utilizamos nossas mídias, mobilizamos autoridades em eventos como o Fórum Internacional de Displasias Ósseas e a Audiência Pública na Câmara dos Deputados, além de dar suporte às famílias na busca por seus direitos.Ainda assim, nada disso é suficiente se o medicamento não estiver disponível nos estoques do Ministério da Saúde. Garantir o tratamento, portanto, depende de uma rede de ações interligadas — e é nesse esforço permanente que estamos atuando”, completa.  

Clique aqui para acessar a íntegra do contrato: 

https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/licitacoes-e-contratos/contratos-dlog/dlog-2025/contrato-no-228-2025-processo-no-25000-011587-2025-70/contrato-no-228.2025

Histórico 

O primeiro contrato de compra da medicação foi em junho de 2023. Na ocasião, 103 crianças usavam a medicação no país e o contrato garantia o repasse de 77.760 frascos em quatro lotes. O segundo contrato, por sua vez, foi firmado em setembro de 2024 com 100.440 doses adquiridas sendo: 16.920 de 0,4 mg; 68.400 de 0,56 mg e 15.120 de 1,2 mg. Desta vez, o número de crianças e adolescentes em uso já era de 250 no Brasil. 

Confira aqui o histórico de contratos e aditivos de compra da medicação:

https://www.gov.br/saude/pt-br/search?origem=form&SearchableText=vosoritida

O que é o Voxzogo?

Liberado pela Anvisa em novembro de 2021, o Voxzogo é um medicamento para crianças e adolescentes com acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo. Desde setembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alterou a bula do medicamento e liberou o uso para bebês a partir de 6 meses até o fechamento das placas de crescimento. O remédio foi aplicado pela primeira vez no Brasil no início de 2022 e estimula o crescimento, além de diminuir as complicações causadas pela deficiência.

Quando o medicamento foi aprovado no Brasil, as duas principais agências reguladoras do mundo já haviam liberado a utilização: a Agência Americana – Food and Drug Administration (FDA) e a Agência Europeia de Medicamentos – European Medicines Agency (EMA). Como a droga ainda não integra o Sistema Único de Saúde (SUS), as famílias têm recorrido à Justiça para garantir o acesso.

Sobre a acondroplasia

Decorrente de mutações no gene FGFR3, a acondroplasia é a causa mais comum de displasia óssea que leva à baixa estatura desproporcional. Como implica em alterações no desenvolvimento da cartilagem das placas de crescimento, o quadro resulta em baixa estatura. Em média, os homens têm 1,31 m de altura, enquanto as mulheres possuem 1,24 m. Além disso, é comum o encurtamento de pernas e braços, cabeça e testa são proeminentes e há uma desproporção corporal de limitações físicas visíveis já no nascimento.

O desenvolvimento motor é mais lento devido aos membros e pescoço curtos e macrocefalia. A hipoplasia da face média em combinação com hipertrofia da adenóide e das amígdalas pode levar a apneia obstrutiva do sono. A otite média crônica é comum também nesse grupo de pacientes, assim como a perda auditiva. Já a estenose espinhal e lombar, com déficits neurológicos, são mais frequentes na idade adulta, tal como as doenças cardiovasculares. A obesidade também é comum.

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