Instituto Nacional de Nanismo participa de ações contra bullying em escolas de Goiânia

Instituto Nacional de Nanismo participa de ações contra bullying em escolas de Goiânia

O Instituto Nacional de Nanismo, por meio do Movimento Somos Todos Gigantes, participou de ações contra o bullying em duas escolas de Goiânia: Sesc Cidadania e Colégio Arena. No Sesc, o evento contemplou alunos do 9º ano. No Colégio Arena, as palestras foram ofertadas para mais de 400 alunos das turmas de 1º e 2º ano do Ensino Médio, durante a Semana de Combate à Violência Escolar que aconteceu de forma paralela aos jogos escolares do colégio. O líder do movimento, Gabriel Yamin e a presidente do INN, Juliana Yamin foram responsáveis pelo bate-papo. 

Psicanalista, professora universitária e psicóloga escolar do Arena, Paola Carloni explica que desde que Gabriel Yamin se tornou aluno da escola, Juliana tinha se colocado à disposição para realizar a palestra. “Esperamos o momento certo e foi muito boa e elucidativa. Os alunos gostaram muito, ficaram atentos e sensibilizados. A ideia de unir palestras aos jogos era falar de respeito e diversidade em meio aos ânimos acirrados pela competição”, explicou. Em dois dias foram quatro palestras para atender a todos os alunos de 10 turmas. 

“Foi muito bacana porque perguntaram muito, foram muito acolhedores com o Gabriel. Vemos que a informação faz muita diferença. Ele sempre foi muito respeitado na escola, mas agora passou a andar pelos corredores e ser olhado com um carinho e uma admiração diferentes. O que a gente percebe é que falta essa abertura das escolas porque não é só não crescer, existe uma série de outras coisas de questões de saúde. As pessoas fazem piadas muito no automático porque está arraigado na nossa cultura, infelizmente. Quando são chamados a entender a condição, muda muito a percepção”, explica Juliana. 

Palestras no Colégio Arena contaram com 400 alunos de turmas de 1º e 2º ano do Ensino Médio

Líder do STG, Gabriel afirma que os alunos foram muito atenciosos e estavam com coração aberto para ouvir e entender um pouco mais e que foi muito gratificante conversar e esclarecer tantas dúvidas. “Percebi que o olhar de muitos alunos para mim já mudou. Me olham menos com aquele jeito diferente que eu sei identificar. Já surtiu efeito e foi muito bom. É um projeto que queremos ampliar: palestras nas escolas, que é o principal lugar de encontro de crianças com nanismo e sem nanismo. A ideia é expandir essa conversa.”

Encontro no Sesc

Idealizadora do encontro no Sesc, a professora de Língua Portuguesa Leandra Ferreira diz que a discussão teve início com a apresentação do filme “Coda, no ritmo do coração”. O longa-metragem conta a história de Ruby, de 17 anos, a única pessoa que ouve em uma família de surdos. “O filme trata de assuntos sensíveis, como a inclusão, preconceito, capacitismo, profissões discriminadas, dentre outros”, completa a educadora.

Palestra reuniu alunos do 9º ano do Sesc, em Goiânia

Leandra explica que o objetivo da discussão é melhorar as relações sociais que são abaladas com a prática do bullying, por meio da sensibilização dos alunos sobre preconceito, respeito ao próximo, independentemente de compatibilidade de gostos e afinidades, possibilitando aos educandos uma reflexão sobre suas ações como cidadãos construtores de espaço social. 

Desconhecimento sobre nanismo

“O projeto do Sesc engloba conscientização e bullying e foi muito legal. Um dos alunos perguntou sobre o nanismo e por que não se vê tantas pessoas com a deficiência nas escolas e nos locais públicos e privados, de forma geral. A professora foi atrás de informações, encontrou o movimento Somos Todos Gigantes (STG) e nos convidou para participar do evento. Os alunos foram muito educados e receptivos, parabenizaram pelo nosso trabalho, pela palestra e foi muito gratificante”, explica Gabriel Yamin.

Aluna do 9º ano C, Anna Clara Alves Monteiro, de 14 anos, disse que nunca tinha ouvido antes informações sobre nanismo e que se surpreendeu. “Quando a professora Leandra trouxe a proposta de falar sobre o preconceito contra as pessoas com nanismo, achei muito interessante e percebi que nunca alguém tinha falado sobre isso à minha volta. Me surpreendeu de tal forma que entendi a importância de falar sobre essa causa. Quando fiquei sabendo que iríamos levar o Gabriel para ser entrevistado e dar seu depoimento de como era viver com nanismo e encaixar com seu cotidiano, eu achei incrível”, acrescenta a estudante.

Professora Leandra e alunos do Sesc

Gabriel contou um pouco da própria história e também do nascimento do Somos Todos Gigantes, além de explicar aos alunos os desafios da pessoa com nanismo. “Um grupo fez uma apresentação sobre nanismo, muito bacana também, organizada e com muitas informações. Foi uma das palestras mais legais que eu já fiz. Poucas escolas têm iniciativas assim e o empenho de chamar alguém de fora para falar sobre bullying é bem legal. Acho que se toda escola tivesse algo assim mudaria muito da nossa sociedade”, finaliza.

Formação de cidadãos reflexivos

A professora acredita que o desconhecimento em torno do nanismo pode resultar nos estereótipos da pessoa com nanismo. Essa situação, por sua vez, perpetua o preconceito. “O preconceito sempre existirá, mas é preciso combatê-lo e a ferramenta mais eficaz é o conhecimento. Nosso objetivo como formadores de cidadãos reflexivos é proporcionar o conhecimento ressaltando a valorização da vida e a conscientização sobre questões éticas, morais e sociais, visando à formação integral da cidadania através da observação, discussão e reflexão do cotidiano da escola para a vida”, conclui. 

Leve informação para a escola do seu filho 

“Um ponto que sempre falo para as famílias e isso é um lema do Instituto Nacional de Nanismo. A gente não precisa e não deve esperar que ocorra um problema na escola para depois procurar a instituição de ensino. Assim que seu filho for matriculado, converse com a direção e promova um diálogo com os estudantes para que eles possam replicar em casa. É assim que a gente muda e evita o bullying. Depois que a criança sofreu com alguma atitude preconceituosa, isso fica marcado. Mesmo que você remedie, a dor foi causada. Vamos evitar, sendo proativos”, finaliza Juliana Yamin, presidente do INN. 

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